terça-feira, 9 de junho de 2009

Inclusão social


A falta de estrutura física, escassez de material escolar, dificuldade em angariar recursos financeiros, a não doações de roupas, alimentos e produtos de limpeza e higiene são algumas das dificuldades enfrentadas pelas creches, escolas e centros comunitários, localizados no Subúrbio Ferroviário de Salvador, que têm o objetivo de promover a inclusão social e contribuir com o desenvolvimento educacional, físico, intelectual e psicológico de jovens carentes da localidade.
Segundo as instituições beneficentes que abrigam os projetos sociais do bairro, o problema começa pela falta de política públicas dos governos e por contar com apoio de poucas pessoas que prestam trabalhos solidários ou fazem doações.
Com cerca de 600 mil habitantes, o Subúrbio Ferroviário é composto 22 bairros, abrigando 24,55% da população da cidade. Apesar da sua importância histórica e das belezas naturais que compõem os bairros, o subúrbio tem a maioria da sua população classificada como pobre - classes baixa e média baixa, apresentando altos índices de violência e déficit de escolaridade. Por esse motivo, existe a necessidade de fundar projetos sociais, criação de creches, instituições não governamentais, na busca de ajudar e melhorar a situação de crianças e jovens dos bairros.
O Centro de Estudos Sofia, localizado no bairro de Escada, é uma organização não governamental sem fins lucrativos, fundado pela necessidade de aumentar o nível de escolaridade dos moradores do subúrbio e combater a evasão escolar. “Além disso, o trabalho desenvolvido contribui para a não criminalização dos jovens, que encontram no Centro Sofia uma oportunidade de crescer”, afirma Edenilson dos Anjos, idealizador do projeto. Fundada há 8 anos, a instituição sobrevive também através de doações de livros de literatura, que enriquece a biblioteca Paulo Freire, hoje possuindo cerca de 13 mil títulos. Com cinco funcionários e uma equipe de cinco voluntários, o Centro de Estudos faz parte do “Programa Virando a Página”, com atividades chamadas “Hora do Conto” e o “Clube da Leitura”, uma parceria com a Fundação Gregório de Mattos.
O Centro, que atende crianças de 4 a 12 anos, moradoras do bairro e adjacências, já recebeu apoio de organizações católicas e conta atualmente com a parceria da Secretaria do Trabalho Emprego e Renda, que proporciona junto com a instituição, aulas de cidadania e inclusão social. Apesar disso tudo, o Sofia enfrenta problemas como a dificuldade de manter o acervo da biblioteca, já que falta funcionários e uma melhor estrutura física para este espaço. “A biblioteca funciona todos os dias, temos programa de incentivo à leitura pelo menos duas vezes por mês. Também não temos condições para oferecer lanches aos estudantes e não temos funcionários suficientes para ajudar”, ressalta Jucilene Cerqueira, colaboradora. Além disso, a instituição está com problemas na estrutura física do imóvel, apresentando rachaduras e buracos no telhado. “Não temos dinheiro para fazer estes consertos, em época de chuvas ficamos preocupados. Temos que interditar as salas com problemas, prejudicando a nossa programação. Precisamos fazer reformas também no nosso anfiteatro”, lamenta.


PROJETOS

· Em 2003, o Sofia deu início a um programa de incentivo à leitura e formação de novos leitores, com atividades como “A Hora do Conto”, realizado na última sexta-feira do mês para crianças de 5 a 10 anos, com dramatização, desenhos e pinturas.

· Em 2004 foi lançado o projeto Formação de Lideranças Juvenis, que foi ampliado com as oficinas de dança afro e de manutenção em microcomputadores, além dos projetos Cine Clube, que consiste em passar os filmes listados para o vestibular da UFBA e UNEB além do Clube da Leitura.

· Em 2005 foi fundada a Associação das Bibliotecas Comunitárias de Salvador e implantado o Telecentro na Biblioteca Paulo Freire, para que fosem desenvolvidas atividades de inclusão digital.

· Em 2006, a biblioteca Paulo Freire foi finalista do Projeto Viva Leitura, concorrendo com 3.031 projetos de bibliotecas em todo o Brasil, realizado pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério da Educação. A biblioteca Paulo Freire, do Centro Sofia, foi classificada entre as cinco, na categoria das melhores bibliotecas públicas, privadas e comunitárias de todo o Brasil e a única indicada na Bahia.

· Para participar do programa Primeiro Emprego, o Sofia apresentou o projeto aprovado em parceria com a ONG Consórcio da Juventude, de capacitação para jovens do subúrbio, o “Com.domínio Digital”, que consistia em preparar jovens entre 16 e 24 anos, para o mercado de trabalho. O “Com.domínio Digital” tem carga horária total de 400 horas mais 100 horas de serviço social voluntário. Cada jovem cumpre 25 horas de atividades mensais e recebe uma bolsa auxílio de R$180 por mês, paga diretamente pelo Ministério do Trabalho através de um cartão de saque bancário. Além da bolsa auxílio, os alunos também recebem material escolar, transporte e lanche.

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